É possível vida microbiana em Vênus?

Uma das grandes descobertas do homem seria encontrar algum tipo de espécie de vida fora do nosso planeta. Contudo, não estamos muito longe de chegar finalmente a desvendar um dos maiores mistérios da ciência. Desse modo um grupo de astrônomos de cinco universidades internacionais, dirigidos pela professora Jane Greaves da universidade de Cardiff, afirma ter encontrado possíveis indícios de vida em Vênus.

Neste caso foram encontradas nas nuvens do planeta mais próximo da Terra, Fosfina. Ou seja, um gás que no planeta Terra só é produzido de forma industrial ou por micróbios que prosperam em entornos livres de oxigênio.

Como foram descobertos os sinais de vida extraterrestre?

A equipe coordenada pela professora utilizou por primeira vez o telescópio James Clerk Maxwell (JCMT) no Havaí para detectar a Fosfina. Logo depois lhes foi dado tempo para seguir com a sua pesquisa com o grupo de 45 telescópios do Atacama Large Millimeter/Submillimiter Array (ALMA) no Chile. Ambas instalações observaram Vênus em uma longitude de onda de aproximadamente 1 milímetro, muito mais do que o olho humano pode ver. Dessa maneira, apenas os telescópios a grande altitude podem detectar essa longitude de maneira efetiva.

Assim sendo, naturalmente cautelosos com as descobertas iniciais, Greaves e sua equipe estiveram maravilhados de passar 3 horas com o observatório ALMA que é o mais sensível. Contudo, pelas condições meteorológicas desfavoráveis houve um atraso frustrante no decorrer da pesquisa. Porém, depois do processamento de dados que durou aproximadamente 6 meses foi possível confirmar o descobrimento.

A Fosfina, um gás biológico está presente na atmosfera de Vênus

O professor Hideo Sagawa da universidade Sangyo de Kioto utilizou seus modelos para a atmosfera venusiana para interpretar os dados obtidos. Finalmente ele chegou a conclusão de que a Fosfina está presente mas é escassa: apenas vinte moléculas para cada mil milhão.

Logo depois os astrônomos realizaram cálculos para ver si a Fosfina poderia ser proveniente de processos naturais em Vênus. Dessa forma chegaram a conclusão de que falta informação para um laudo realmente conclusivo. De fato, o único estudo do fósforo em Vênus é de um experimento de aterrizagem executado pela missão soviética Vega 2 em 1985.

Si realmente existe vida em Vênus, ela será muito diferente da terráquea

Para poder finalmente criar a quantidade observada de Fosfina em Vênus, os organismos terrestres deveriam trabalhar aproximadamente o 10% da sua produtividade máxima. De acordo com os cálculos de Paul Rimmer da Universidade de Cambridge. Em contrapartida, é muito provável que qualquer microrganismo em Vênus sejam diferentes de seus primos terrestres por poder viver em condições hiperácidas.

Ou seja, as bactérias terrestres podem absorver minerais de fosfato, agregar hidrogênio e em última instância, expulsar o gás Fosfina. Porém o gasto energético é extremadamente alto, por isso que preferem não fazê-lo. Por essa razão a Fosfina poderia ser simplesmente um produto residual. Contudo, alguns cientistas apontaram que a produção de Fosfina serviria com o propósito defensivo contra bactérias rivais.

Poderia existir vida em outros lugares do nosso sistema solar?

Podem existir outras possíveis sinais de vida no nosso próprio sistema solar, como o metano em Marte e o escape de água das luas geladas: Europa e Encelado. Também em Vênus, foi sugerido que as rachaduras escuras onde são absorvidas a luz ultravioleta poderiam ser provenientes de colônias de micróbios. Desse modo, a sonda espacial Akatsuki, lançada pela agência espacial Japonesa JAXA, atualmente está mapeando essas fendas escuras para compreender mais sobre esse fenômeno absorvente ultravioleta desconhecido.

Em outras palavras, a equipe crê que o seu descobrimento é verdadeiramente significativo porque a partir dele poderão descartar muitas formas alternativas de produzir Fosfina. Contudo também reconhecem que confirmar a presença de vida requer muito mais trabalho.

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